domingo, 20 de outubro de 2013

Resenhas

Arrumando o computador, encontrei algumas coisas bacanas que falaram sobre os meus livros. Entre elas , uma de Tatiana Belink.. ah!
Resenhas

CRÍTICOS DE SP PREMIAM OS MELHORES DE 94
Mànya Millen- O Globo 28 de março de 1995
O casamento perfeito entre ilustrações de primeira qualidade e textos de escritoras consagradas só poderia acabar em prêmio. Por isso, “Chamuscou não queimou”, o penúltimo de seis volumes da coleção “Assim é que se lhe parece”, lançada em agosto do ano passado pela Ediouro, recebe hoje à noite, no Teatro Municipal de São Paulo, o prêmio de melhor livro infantil de 1994 concedido pela Associação de Críticos de Arte - que também premia as áreas de teatro, televisão e artes plásticas. O livro , de concepção editorial e gráfica, une as histórias de Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orthof às delicadas ilustrações criadas por Elisabeth Teixeira, Mariana Massarani e Roger Mello.
A coleção foi idealizada por Helena Rodarte, editora da área infanto-juvenil da Ediouro. Para ilustrar à altura dos ótimos textos de Angela, Lia e da mais que premiada Sylvia Orthof, Helena escolheu Elisabeth, Mariana e Roger para colorir e dar corpo às bruxas, fadas, princesas e dragões que habitam os seis volumes da série.
-Cada um dos ilustradores tem um traço único e maravilhoso - elogia Helena. - No ano passado, por exemplo, já ganhamos o prêmio de melhor livro sem texto dado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil para “O gato Viriato” de Roger Mello.
Além de encontrar belas ilustrações a cada página virada as crianças têm a surpresa: ao terminar a história de uma autora,  a escritora seguinte prossegue do mesmo ponto onde a anterior parou.
- O objetivo do projeto é fazer mesmo essa miscelânea - confirma Helena. - Queríamos que a criança pudesse perceber várias linguagens e estilos juntos. Isso acontece não só em relação às ilustrações, mas também em relação aos textos que variam do mais clássico como o de Lia Neiva , até o mais brincalhão como o de Sylvia Orthof.

Brasil at the Bologna Children’s Book Fair 1996
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ
Ana Maria Machado, Angela Carneiro, Graziela Bozano Hetzel, Guto Lins, Leo Cunha, Lia Neiva, Marina Colasanti, Roger Mello, Sonia Junqueira, Sylvia Orthof .These are some of the authors of Ediouro

THE BEST FOR CHILDREN- Coleção Assim é que se lhe parece. Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orthof. - série Doze olhos e uma história, 6. V
Taking common themes of traditional narratives as a starting point, the authors, already consacrated in juvenile literature, build up texts which privilege humor, the rupture with expectations, and parody. The plurality of points of view, as suggested by the title of the collection, as well as by that of the series, allows readers to have effective contact with the different narrative styles. That makes it possible to reach the goal of this collection, that is, there is no one, and true, story, but stories, there is no language, but languages.
Illustrations by Roger Mello, Mariana Massarani and Elizabeth Teixeira dialog in the same counterpoint as the verbal texts.

FADAS COM ESTILO -  VEJA Rio, 15-3-95
Quantas histórias existem dentro de uma história? Nos livros da coleção assim é se lhe parece, pelo menos três . Neles, Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orhtof, três de nossas melhores escritoras, trabalham com o imaginário dos contos de fadas habitados por príncipes e princesas, bruxas, reis e rainhas, para cada uma dentro de seu estilo, mostrar que há mais de um desfecho possível. até mesmo para a velha fábula do príncipe-sapo. Ilustrados por Elisabeth Teixeira, Mariana Massarani e Roger Mello, vou aqui e volta já, nem assim nem assado, Cropas ou Praus, Se faisca Ofusca, Chamuscou não queimo, Quem acorda sonha, são livrinhos divertidos que ganham relançamento com pompa graças ao prêmio d o melhor livro de 1994 que Chamuscou conquistou da Associação Paulista de Críticos de Arte. Benita Prieto, Celso Sisto e Eliana Yunes, as três vozes do grupo Morandubetá, vão contar  fábula do dragão que só uma princesa poderia derrubar. A farra no salão  de vidro do Shopping da Gávea (1o piso) dura uns 45 minutos. E depois quem se interessar pode comprar um dos livros que estarão expostos lá mesmo e na livraria Malasartes que abriga uma tarde de autógrafos.
COLEÇÃO INFANTIL TEM PROJETO PREMIADO- Lucia Baroni. Diário de Votura
Lançada com o objetivo de oferecer uma alternativa de qualidade e conteúdo ao público infantil, a coleção ASSIM É SE LHE PARECE é um projeto inédito que leva assinatura conjunta de Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orthof, escritoras premiadas e experientes na concepção e abordagem de temas destinados a garotada.
Como sempre, as obras de êxito comprovado junto à faixa etária a qual se destina, acabam seduzindo também os adultos. Isso deve-se , além da familiaridade com  criança que todos já foram um ida, ao excelente trabalho do trio autoral que supera os limites da tarefa de contar uma história - cada escritora, com seu próprio estilo, mostra os desdobramentos existentes dentro de uma história.
Composta por seis volumes, a coleção aborda a fantasia dos contos de fadas. Como o gênero fictício valoriza a liberdade e total falta de amarras, Angela Lia e Sylvia escrevera a seis mãos. Elas deram continuidade a partir do trecho que já haviam recebido de sua antecessora.
É a primeira vez, que segundo a editora carioca, este tipo de projeto é promovido no Brasil.
Imprescindíveis em termos de literatura infantil, as ilustrações exploram a experiência de profissionais de talento como Elizabeth Teixeira, Mariana Massarani e Roger Mello. Os recursos gráficos de primeira são o complemento ideal para o humor, o inesperado e a crítica - atributos presentes em todos os volumes.
Um deles, Chamuscou Não queimou, quinto da série, ganhou o prêmio de Melhor Livro Infantil de 94 pela APCA.
HISTÓRIAS ESCONDIDAS NAS HISTÓRIAS- Correio Brasilense
Seis volumes infanto-juvenil da Ediouro mostram as várias histórias que existem dentro de uma única história. Este é um dos objetivos da coleção Assim é que se lhe parece , que faz parte da série Doze olhos e uma história.
O projeto editorial inovador traz três das mais premiadas escritoras da Ediouro, Angela Carneiro, Lia Neiva e Sylvia Orthof - e que nessa coleção trabalham com o imaginário dos contos de fadas. Como em um divertido desafio uma começa uma história e outra escritora termina ou dá continuidade, a seu modo e habitadas por príncipes, princesas, fadas , reis e rainhas as histórias contam ainda com o toque muito especial das ilustrações de Elizabeth Teixeira, Mariana Massarani e Roger Mello.
Vou ali e volto já-  O Casamento de Romualdo, O Estranho e Docemel, são as três historinhas dentro desse primeiro volume. Nascimento de um netinho, bruxa como madrinha de casamento e outros tantos acontecimentos incomuns nos contos de fadas estão neste volume.
Nem assim nem assado- Brunilda e o Príncipe Encantado; O Desencanto e Uma História Apimentada. De príncipe e peixe encantado, tudo acontece nas três historinhas nas quais cada escritora enriquece o enredo com seu estilo.
Cropas ou Praus? O Cavaleiro Desmantelado, O Bosque Sombrio e Frescolia a dos olhos verdes. Na seqüência dessas histórias uma brincadeira com a pronúncia das palavras e muito bom humor.
Se faísca ofusca- A Vingança de Maligna, Um estouro, e Ora, Bolhas!mas três histórias bem divertidas especialmente pelo requinte de crueldades dos vilões.
Chamuscou não queimou- Eleito o melhor livro infantil do ano pela APCA, Neste volume O Dragão e a Princesa, Dragonando e Maga Orthofia a cantadeira. As três histórias inclusive com personagem referente a própria escritora Sylvia Orthof também misturam feitiços inimagináveis.
Quem acorda sonha. A Fada que soluçava; Era uma vez um soluço e o Gnomo sinote e o treco na glote, falam de um gnomo badalante e estranhos soluços que atacam as personagens.

Quem acorda sonha - Diário Votura/ Indaiatuba- SP 25-2-95
Quando uma fada através de soluços começa a transformar a natureza, está definitivamente rompido o compromisso com a realidade. Nesta última séria de histórias, Lia, Angela e Sylvia mergulham no mundo da magia, do encantamento e se despedem da coleção cercadas de gnomos, duendes, fadas,sílfides, náiades e ninfas.
SE FAÍSCA OFUSCA- Já imaginaram um reino onde cada habitante ocupa um espaço proporcional à sua importância? Aproveitando essa idéia fantástica, as três autoras contam as suas histórias e levam seus leitores a refletir sobre a inutilidade das vaidades, dos privilégios das disputas e das ambições
Brasil at the Bologna Children’s Book Fair 1996
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ

COLEÇÃO ELES SÃO SETE - In an original work, with a quality graphic project, seven authors get together in each of the seven books dedicated to the capital sins - gluttony, anger, sloth, pride, envy, covetousness and lust. Renowned Brazilian juvenile literature authors created stories for young readers’taste; with much humor, curiosities, discoveries and sins.
The tales are accompanied by photos and informations on the authors . The characteristic trait of the stories is the irreverence of the writers,dealing with such a delicate theme. There are illustrations which introduce the stories, registering in images, the adventure told in the text.

VESTIBILHAR DE MEDICINUCA (O DIÁRIO -2-3-95)
Osvaldo Lopes de Brito
A história recua no tempo para o ano de 1972. A Avenida Atlântica acaba de ser alargada; o cinema Paissandu exibe filmes de arte, diretores cult, os ídolos são  Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Gil Bethania, os Beatles, Jim Hendrix, Leila Diniz. As estantes estão espelhando um mundo diferente, novo; Drummond e Bandeira, força total da poesia. O  museu de Arte Moderna é o ponto de encontro. A cidade fervilha. A política passa a ser uma realidade próxima. O medo também.
Esse é o cenário em que a excelente escritora coloca os seus personagens centrais a turma jovem que se prepara, ansiosa, para os exames vestibulares, cada qual para a faculdade preferida. Os garotos,  meninos e meninas, estudam brincam, amam e o leitor se infiltra aos poucos num mundo que, vinte anos depois, permanece quase igual.
Interessante: nas últimas páginas, a romancista revela , de alguns, qual foi o seu destino , muitos anos mais tarde, já esquecidos aqueles vestibulares. Uma beleza! Não percam este romance.
QUAL O CAMINHO DO SOL? Vasques Filho- Tribuna do Ceará 9-89
A editora José Olympio nos faz chegar às mãos com amável dedicatória das autoras, a deliciosa história infantil Qual o Caminho do Sol? de Malu Alexim e Angela Carneiro, capa e ilustrações de Angela Carneiro. O texto conta  a história do garoto Gustavo Augusto Gusmão, o Guto, que , em um dia de tristeza, resolveu fazer um boneco de pano dando nascimento, com certidão de nascimento e tudo, ao Trampolim Topa-Tudo, ou simplesmente Trampa, com o qual se dispões , para atender a um pedido da lua apaixonada pelo sol distante, a procurar espaço afora a morada do astro-rei, para dar-lhe um recado da lua e seus séquitos de estrela.
Aí começam as peripécias dos dois amigos, contadas em prosa e verso, que as autoras sabiamente misturaram e tanto numa como noutra bem utilizaram a figura da aliteração, dando sabor especial à leitura da garotada e também dos adultos, como nós, que lemos o livro de uma assentada, presos que ficamos, desde o primeiro capítulo ao sonho do garoto e seu boneco muito bem engendrado pelas autoras. É o mais belo livro de literatura infantil, bem escrito, sem rebuscamentos para o bom entendimento dos pequenos leitores.
Depois de feito o boneco Trampa, lá estava o garoto a divertir-se com o seu amigo, pronto para dar saltos e cambalhotas, empreendendo viagens imaginárias vestidos com nuvens brancas abrindo caminho para as estrelas do saber e do coração. E logo aparecem as descobertas e as verdades coloridas de um sonho quase interminável e sobre este trabalho assim se manifestou o poeta Affonso de Romano Sant’anna: é uma história alegre, luminosa, teatral. Guto e Trampa realizam peripécias que perpassam terra, céu e mar. Angela e Malu constróem um texto ágil, fantasticamente didático, exibindo com maestria a união da prosa e da poesia.
Desta união, desta sintonia entre o poético e o real, muito bem explicitada é que o livro conquista o leitor da primeira à última página deixando-nos com  imaginação livre para açular nossa curiosidade, enquanto nosso sentimento entra de pronto no sonho de Guto e de Trampa, cuja amizade é sincera e comovente, bem ao feitio do que imaginamos, seguindo passo a passo essa dupla comunicativa e sonhadora, pois Guto se completa com Trama em todas as horas, seja na escola, no judô, na natação, na aula de inglês ou nas suas fantasias.
HISTÓRIA BEM CONTADA EM LINGUAGEM ÁGIL E ATUALIZADA
TATIANA BELINKY
Criança gosta de aprender, mas não gosta de ser acintosamente ensinada. E este livro Qual o Caminho do Sol, de Malu Alexim e Angela Carneiro, é fantasticamente didático como observa Affonso Romano na contracapa o que para mim, não constituiria vantagem em si: lugar de livro didático é na escola. Mas este livro, que é, digamos, paradidático é principalmente fantástico, com são , por exemplo, os paradidáticos de Monteiro Lobato do tipo O poço do Visconde ou a Aritmética da Emília, os quais em que pesem algumas opiniões em contrario são tão  apreciados pelas crianças como os outros, de fantasia pura.
E por falar em Emília, o Guto é quem conta a história de Qual o Caminho do Sol tem um amigo que é um boneco muito emiliano, feito de pano e que é engraçado, desengonçado e esperto como ele só:o Trama, companheiro inseparável de Guto, que o carrega por toda parte, sem prejuízo da sua - Guto- macheza de campeão de corrida de rua e fundado r do Canelada Futebol Clube.
A história, muito bem contada, em linguagem ágil , de um coloquial infantil alegre e atualizado, relata como o Guto deu uma estilingada na lua, a qual desceu para pedir-lhe satisfações na forma de uma mulher linda-deslumbrante, mas para fada do que para alguma Diana-caçadora. Dona lua, falando em verso e em prosa, encarrega o Guto de uma difícil missão, como condição para perdoá-lo por tê-la machucado. É que ela tem um caso de amor desencontrado com o Sol e para conseguir um encontro com o astro rei precisa do menino que poderá ajudá-la e fazer-lhe uma pergunta etc.
Isto é, a história tem uma estrutura semelhante a certos contos de fadas clássicos, onde há tarefas a serem cumpridas, charadas a serem decifradas, virtudes a serem provadas cada uma representada por uma advinha em versos. Uma história moderna a moda antiga, fantástica e poética, inteligente e bem-humorada. E contendo uma série de dicas e informações úteis e interessantes em pílulas douradas como quem não quer nada.
Muito dialogada e bem estruturada, a história pede para ser peça de teatro. Daí presta-se muito bem para leitura dramática e jogo dramático, na escola ou em qualquer outro espaço.
Até por que o livro é fisicamente atraente, bem diagramado,tipos de bom tamanho, bons espaços entre as linhas, margens, largas, coisas importantes para o leitor que não tem muita paciência com páginas compactas e lera miúdas. De que serve um livro sem figuras e sem diálogos, disse Alice no País das maravilhas, e este livro tem ambos.
SURPRESAS- O Liberal, PA
A escritora Angela Carneiro está lançando o livro Caixa Surpresa pela Ediouro. Trata-se de uma caixa de tampa de cristal que guarda dentro um tesouro feito de sonhos luzes  cores, além de sentimentos e sensações que podem ser muito frágeis e por isso têm de ser tratadas com muito cuidado. Angela é escritora premiada como O Autor Revelação da Câmara Brasileira de Livro. Fernando Nunes, que ilustra o livro é premiado diretor de dança contemporânea.

Caixa Surpresa-Diário do Nordeste
O livro de Angela Carneiro com ilustração de Fernando Nunes está um primor. É belíssimo! Uma poesia só! Faz você percorrer o mundo mágico da imaginação povoado com duendes, fadas e piratas. A qualidade de seu texto foi reconhecida pela Câmara Brasileira do Livro Prêmio Jabuti  que a escolheu como autor revelação e pela FNLIJ que premiou o seu Caixa Postal considerando o melhor para jovens. Nas primeiras páginas  a autora dá um conselho: quem deseja conhecer os segredos desta caixa que tem tampa de cristal pedimos que tome cuidado, abrindo-a com as pontas dos dedos.
Livros- Caixa Surpresa Hoje em Dia, BH
Há um segredo em tudo. Um segredo, dois ,três, quatro.. Em Caixa Surrares a escritora tira segredo das palavras e multiplica a fantasia a partir da luza, dos sonhos, das cores. A leitura desse livro é recomendada para pessoas com sentimentos delicados, é preciso ir com cuidado, revelando a imagem que há por trás de cada frase. Caixa Surpresa é um presente para meninas e meninos aventureiros.

PAIXÃO POR CORRESPONDÊNCIA
Laura Sandroni, O Globo- nov. 92
Cartas trocadas entre uma adolescente carioca e um universitário mineiro são a matéria prima com que Angela Carneiro constrói  Caixa Postal 1989, seu segundo livro juvenil lançado pela José Olímpio. Diários, cartas, memórias são formas muito usadas para esse público, porque possibilitam um texto dividido em capítulos curtos e concisos, nos quais não há lugar para grandes descrições ou digressões. A juventude tem pressa.
Entre muitos títulos publicados par essa faixa de idade, todos com estrutura, linguagem e temática semelhantes, este Caixa Postal 1989 se sobressai porque a autora consegue, inteligentemente, discutir uma série de assuntos de interesse do leitor, além de suturar momentos importantes de nossa História.
Laura, a protagonista, encontra, folheando uma revista antiga, mensagem de Léo em busca de uma amigo que também goste de poesia. Curiosa, escreve-lhe um bilhete em que declara adorar versos, ter muitos amigos, mas estar à procura de novos. Durante mais de dois anos a correspondência prossegue e uma sólida amizade vai se formando entre os dois, até que se conhecem pessoalmente e descobrem que estão enamorados.
Além do dia-a-dia de cada um, com suas diferenças de temperamento - Laura extrovertida, cheia de programas e amigos; Leo com dificuldades para entrar no mundo adulto - e a poesia a uni-los, os dois mostram um panorama bem real dos jovens de classe média brasileira. Relacionamento com os pais, drogas, sexualidade - todas essas questões são tratadas em relação principalmente aos amigos de Laura, pois ambos os protagonistas têm em comum o fato de serem caretas assumidos. Os pais de Laura são também personagens interessantes, abertos ao diálogo, e não renegam a própria juventude, vivida intensamente nos anos 60. Para Léo, mais introvertido, os problemas se situam na questão vocacional -ele quer ser escritor - e na afirmação de sua masculinidade.
Em linguagem coloquial, Angela Carneiro realiza uma obra bem estruturada e de indiscutível interesse.
Signos da Pós-adolescência- Correspondência entre dois jovens aborda sexo, drogas, política e amor. Marcus Veras, JB- Idéias
Existe uma faixa etária do mercado consumidor de livros inteiramente abandonada. Entre os 15 e 18 anos , ou o jovem tem à disposição clássicos importados - que na maior parte das vezes considera tediosos - ou fica por conta de uma subliteratura de bancas de jornal. Caixa Postal 1989 , de Angela Carneiro acerta no alvo com uma literatura inteligente e cheia dos signos que o pós-adolescentes sabem decifrar.
A correspondência entre dois jovens costura todo o livro, e a cada capítulo uma nova surpresa deixa o leitor curioso do que virá pela frente. Angela  não só escreveu sobre as dúvidas e alegrias da turma, como teve o trabalho de manuscrever muitas das cartas, dando um toque pessoal que a máquina de escrever (ou o computador ) às vezes esconde.
Laura, 16 anos, carioca, se corresponde com Leo, de 20, mineiro e, à medida que o enredo nos leva pelos sonhos dos dois jovens, cresce a expectativa: o que acontecerá quando finalmente se encontrarem? Nas páginas destas cartas surgem de forma suave e bem transada a virgindade, as drogas, a política, e o trabalho, o primeiro amor, os pais doidões e as mães caretonas e vice-versa, dias bons e ruins.
é cedo para falar de amor? Então, se não é amor, o que isso que faz meu coração disparar? detona Leo. Eternas perguntas, que remetem par tempos menos duros, porque a vida, por um defeito de fabricação qualquer, é sempre mais feliz no passado que no presente. O pior é que não há certificado de garantia.. Mas Angela não dá tempo de parar e pensar. Assim como a juventude, é tudo intenso e fugaz, e o mérito da autora é apreender este pique e torná-lo palavra. Na maioria das vezes só tenho perguntas erradas reclama Laura. Não faz mal. É desse jeito torto que acaba se chegando às respostas certas.
O AMOR CHEGA PELO CORREIO -Rony Farto Pereira - Proleitura, abril
Caixa Postal 1989 constrói-se com cartas escritas por Laura, 15 anos do Rio e Léo, 19 anos, de Belo Horizonte, a partir de um anúncio enviado pelo rapaz a uma revista feminina Delicada à procura de um amigo.
De um sentimento de curiosidade, com as confidências e as dúvidas próprias da idade, para um amor à distância, eis o eixo da narrativa, que mescla o romance epistolar com a presença de um narrador, ocupado em estabelecer (e até atrapalhar) as relações entre as cartas e introduzir novas situações na vida de Laura, como as relativas à sua amiga Marlúcia.
É flagrante a artificialidade de alguns episódios, especialmente do ambiente familiar de Laura; há tambó o exagero na construção das densas cartas, principalmente as de Leo, inadequadas para sua idade. No entanto, o estilo pouco explorado e o conteúdo do livro que se esforça por entrar no clima do mundo dos adolescentes certamente conseguirão atrair os leitores.
A busca do amor, as eleições de 89 para Presidente, o consumo de drogas, a greve de professores, a vida na escola, boa parte desses ingredientes ilustra sem um tom moralista, as preocupações dessas duas pessoas , que podem bem ser as inquietações da juventude de hoje.
Muitos desses aspectos lembram Ana e Pedro de Vivina de Assis e Ronald Claver, comentado no número 2 do Proleitura. Há coincidências interessantes, Léo e Pedro são tímidos e gostam de escrever, Laura e Ana é quem tomam a iniciativa da primeira carta, votam no Covas, etc.
Mas o gênero é diferente em Ana e Pedro porque não há narrador, estabelecer ligações entre as cartas é tarefa do leitor, que terá mais trabalho -embora o resultado do esforço acabe sendo mais gratificante.
Como Ana e Pedro, o livro de Angela Carneiro poderá ser utilizado com proveito por nossos alunos com o acompanhamento do professor, para que discussões e aprofundamentos possíveis conduzam a uma compreensão razoável e a um prazer efetivo do ato de ler.
CORRESPONDÊNCIA DESCONTRAÍDA ENTRE JOVENS- TRIBUNA DO NORTE-
Uma narrativa epistolar centrada na correspondência entre dois jovens (uma adolescente de 15 anos e um estudante de letras de BH) que se contatam através de um anúncio classificado. Este é o tema Caixa Postal 1989 de Angela Carneiro. Angela escolheu a técnica das cartas para diluir o ponto de vista e a voz do narrador (que representa o adulto e o sistema) e deixa fluir com espontaneidade os sentimentos, as idéias e reflexões dos jovens sobre si mesmos e o mundo. Assim o texto discute sem moralismos ou lições baratas de pedagogia, questões polêmicas como a liberação sexual, o uso de drogas, a política a  miséria, a melancolia e a descoberta das armadilhas do cotidiano. Tudo sempre a partir da perspectiva do adolescente. A linguagem coloquial permite uma aproximação segura com os jovens. A protagonista Laura dá o tom:suas relações com os amigos, a escola, a família e a sociedade, sem pieguice nem concessões fáceis.
PREMIADOS DE 92- Catálogo da FNLIJ
CAIXA POSTAL 1989-
Descobrir e ser descoberto. Entrar em todos os universos e fazer de cada conquista uma experiência única. É o viver do adolescente. E a tônica de Caixa Postal 1989 é justamente o encontrar-se e o encontrar o outro através do diálogo.
Procura-se um amigo. Era este o anúncio de uma revista feminina, dessas que prometem sonhos. Laura, uma moça-menina de 15 anos, responde e conhece Léo, estudante de Letras. Passam a trocar correspondência, onde falam de si e de tudo que os rodeia. Seus amigos, as eleições par presidente, a queda do muro de Berlim, greve de professores, queimar ou não fumo, e os problemas nos relacionamentos são temas das conversas distantes entre Laura e Léo,jovens que, embora queiram estar na vanguarda de tudo, no íntimo são tradicionais, românticos, sonhando como já sonharam seus pais e avós.
O público adulto que se aventurar por esta caixa postal vai se sentir remetido à sua adolescência, viajando no tempo e no espaço, evocando recordações e vivenciando as mesmas angústias e alegrias que os jovens personagens. Já o público juvenil encontra no livro o seu dia-a-dia, seus pequenos e grandes dilemas, encantos e decepções.
Retomando a técnica da narrativa epistolar , usada por Goethe em Werthe (1774) e inúmeros outros escritores, a autora administra bem um material que, embora apresente um curso previsível, agrada em cheio ao jovem.
Angela Carneiro põe as cartas na mesa. Faz capa e ilustra o livro, com desenhos que dão um toque de humor/amor , bem apreciado pelos adolescentes. Recebeu,por esta obra, o Altamente Recomendável para Jovem.
GOSTO DE ESCREVER- Guilherme Figueiredo
No Brasil, todos escrevem e ninguém lê. Empilho um mundão de livros na minha mesa.. Que vontade de bocejar como o poeta: A carne é triste, ai, e já li todos os livros..” Melhor: A carne é cara e os livros são de morte!
Não exageremos. De vez em quando tropeço, não numa pedra do caminho, mas num livro! Um livro de carne e osso, isto é, escrito de corpo e alma com suas montanhas de estilo, mas um livro; e, ainda mais, um livro infantil, numa terra em que quase só se escrevem livros pueris. Trata-se de Caixa Postal 1989 de Angela Carneiro que já fez boa promessa em Qual o Caminho do Sol? Não gosto de escrever sobre livros, porque cabe aqui ao colega Carlos Menezes orientar-me par as minhas leituras. Mas s e um livro me assusta, vejo-me partindo para a minha dactilo-editora, com quem travo meus artritismos e mal-entendidos. Até sair alguma coisa que preciso dizer: trata-se de uma estória epistolar entre dois adolescentes que não se conhecem. E devagarzinho, envelope por envelope, descobrem o amor. Como se Dáfnes e Cloé dispusessem de um correio incapaz da perversidade adulta das Ligações Perigosas. Sem perigo. Recados de cada dia, de encantadora modernidade e idioma tateaste, um tatear à procura da experiência da vida. O livro paira no clima de duração que se estende , após a leitura, numa frase que a menina Laura deixa escapar como uma confissão de adeus; Gosto de escrever.



ADOLESCENTES NA INTERNET - O Globo, Prosa e Verso
Eu te Procuro- O livro é uma continuação de Caixa Postal 1989 lançado em 92 e vencedor do Jabuti de Melhor livro para jovens. A autora volta a promover neste novo livro o encontro da  mesma turma do primeiro , que retoma as conversas sobre gravidez, paixões , bebidas e drogas. A diferença é que ,s e antes a troca de correspondência se fazia pelo tradicional correio, agora o papo acontece via Internet


Cartas eletrônicas- O Globo - Informática etc.  Marcelo Balbio
como muita gente, a escritora Angela Carneiro não passou impunemente pela transição da máquina de escrever para o computador. Também não deixou em branco a surpresa ao constatar que seu micro, ligado à Interne, não era uma máquina fechada, isolada do mundo. Ao contrário, era um meio de se ligar a um mundo chamado de virtual, porém habitado por seres bem reais. Ainda que de forma ficcional, a transformação (con) vivida por Angela está registrada em seu último livro Eu te procuro , um lançamento da José Olympio editora de outros cinco títulos da escritora.
O livro é uma continuação de Caixa Postal 1989 lançado em 92 e vencedor do prêmio Jabuti na categoria Melhor para jovens, em que Angela aborda temas como gravidez precoce, relacionamentos amorosos, abuso de bebidas e drogas, tudo sob a ótica dos adolescentes. A essência do livro é a incessante troca de correspondência entre os personagens. Daí a diferença entre um livro e outro: se no primeiro as cartinhas cruzavam os espaços através do bom (?) e velho correio, agora as correspondências navegam também pela Internet através do e-mail. Uma mudança considerável no comportamento, visto que o troca-troca no espaço cibernético é praticamente instantâneo e seguido de uma série de novos códigos e símbolos, como o uso de emoticons . A noite de autógrafos será no dia 17 no restaurante Terra Brasilis. Pro que num restaurante? Porque lá é o ponto de encontro de um grupo de usuários do BBS CentroIn. Tudo a ver.
                        TEM BOI NA LINHA DIGITAL DA NET
O Globo- Planeta Globo - Tom Leão
Quem navega na Internet procurando amizades e namoros nos chats da vida precisa ler o livro Eu te Procuro, (uma alusão ao programa ICQ) de Angela Carneiro. A autora dá seguimento a Caixa Postal 1989 (que tratava do tema via correio convencional) e mostra novos casos de romances e armações ilimitadas na grande rede. Quem é que nunca azarou on line?
Indicações de leitura: Proleitura
1-A GULA 
Primeiro de uma série de sete volumes tematizando cada um dos sete pecados capitais. Neste volume,sete contistas brasileiros contemporâneos refletem, ora com humor e ironia, ora com suavidade e candura sobre a gula
2-O PRIMO DO AMIGO DO MEU IRMÃO
Expoente da nova safra de autores juvenis, Angela Carneiro reafirma sua competência como escritora nessa narrativa em que cartas, telefonemas, registros em diários, pemas, se cruzam em diversas vozes adolescentes vivendo os problemas típicos da idade.Cabe ao leitor reorganizar continuamente as vozes dessa aparente cacofonia propondo sentido para a obra